a caixinha das recordações....
por entre folhas soltas, encontrei o seguinte texto, que alguem um dia me deixou...
"O amigo é aquele que acende o pavio e fica por perto, para o ajudar a recolher os destroços. Somente quando tu te fizeres em mil pedaços, começarás a conhecer todos os cantos escuros, os porões, as esquinas perigosas...
Amigo não é aquele que está sempre ao teu ladi, é aquele que sabe a hora exacta de ir embora. Amigo não é o que chora contigo, é o que recorda os motivos que tens para sorrir.
O amigo não se compadece da tua dor, ajuda-te a crescer com ela.
Amigo não é o que te chame de herói, mas sim o que respeita a tua fragilidade; não é aquele que ouve o que tu dizes, mas sim o que entende o que tu não dizes.
O amigo não está perto, acompanha; não indica o caminho, ampara o teu caminhar; não te ensina a música, canta contigo; não te aprisiona, liberta-te; não ofusca a tua luz, brilha em ti.
É aquele que te faz rir, com o mesmo motivo que te fez chorar; é aquele que te tira do chão e te chama para o alto, reflectindo como um espelho, o teu próprio brilho, para iluminar a tua subida.
É aquele que vela pelas tuas mortes e celebra todos os teus renascimentos.
Quantos amigos conquistamos durante a nossa trajectória na vida? Poucos...muito poucos...Mas..
Quantas pessoas nos puderam chamar de amigo? Poucas, muito poucas...Exigimos tanto, e oferecemos tão pouco. Acreditamos que somos merecedores de todo o amor do mundo, mas não nos sentimos responsáveis pelo amor que o mundo solicita.
Somos seres egoístas, arrogantes e profundamente solitários, que dividem a solidão e a necessidade de compartilhar a vida, com o travesseiro, a mesa do escritório, o banco de um carro bonito, equipado e vazio...
Precisamos compartilhar a vida, contar as histórias do dia, descrever os sonhos estranhos, sentir que não estamos sosinhos...
Mas como é dificil reconhecer a nossa profunda necessidade de sermos acolhidos...
Como é dificil, abrir um espaço no nosso mundo, para dar espaço ao mundo do outro; como é dificil ceder um tempo do nosso tempo, para oferecer ao outro...sem cobranças ou exigências.
Somos amigos quando nos é conveniente, falamos de amor, quando existe risco de perdermos o amor; percebemos a beleza da vida, quando alguma coisa a coloca em risco...Somos prisioneiros das regras que criamos para transformar a vida numa viagem confortável e conveniente.
Só quando nos oferecemos à vida e ao outro, sem esperar nada em troca, além da deliciosa sensação de participar da generosidade do universo, estaremos livres do fardo da solidão".
este texto data 4 de maio de 2006...
hoje voltei a rele-lo...absorvi todas as palavras...não percebi muito bem porque...mas gostei...
li-o ao som de Mariza...o meu ritmo de vida...